Quem nunca viu venha ver - Parte II
Continuando a saborear um pouquinho da nossa rica cultura...
MACULELÊ
As manifestações criadas pelos escravos serviam tanto para sustentar as lembranças de suas origens quanto para enganar a sociedade de senhores que achavam positivo aqueles momentos de diversão. Além disso as danças serviam para extravasar e o maculelê é um bom exemplo disso. A palavra maculelê vem do Reino do Congo, “makélelé” que significa Barulho/Algazarra/Tulmuto.
O maculelê teria nascido nos canaviais baianos no século XVIII, na região de santo amaro da purificação. Há mais de 200 anos a cidade assiste esta dança de ritmo super vibrante e colorida que contagia todo mundo. Que curiosamente não era praticada em nenhuma outra cidade da Bahia.
Com a morte de grandes mestres do Maculelê de Santo Amaro da Purificação a tradição começou a desaparecer e por muitos anos deixou de ser festejada. Mas em 1943 Paulino Aloizio de Almeida o maior mestre do Maculelê no Brasil, conhecido como Popó do maculelê reuniu sua família e amigos para ensinar e passar adiante seus conhecimentos. Graças a tradição oral os conhecimentos a respeito do maculelê chegaram até os dias atuais, passando de mestres a aprendizes.
A dança do maculelê aparece para contar histórias ajudando a criar alta voltagem de energia que envolve os dançarinos.
O maculelê foi inventado pelos escravos africanos que trabalhavam duro nos canaviais do Nordeste brasileiro. Era a época em que os Portugueses lucravam com as terras férteis da colônia e com o comércio da mão de obra escrava. Essa dança agitada feitas com pedaços de pau eram a forma que os negros encontraram para demonstrar o sentimento de opressão e manter sua identidade e cultura trazidas da áfrica. A dança é uma sintonia do atabaque e os bastões de madeira, desenvolvida em círculo.
Segue abaixo um vídeo com mais informações a respeito desta dança, sobre a inclusão de facões nas apresentações e sobre Mestre Popó. Vale a pena conferir:
♫ "Sou eeeeeeu, Sou eeeeeeeeeeu, sou eu maculelê sou eeeeeeu.."
♪ "Dou boa noite pra quem é boa noite, dou bom dia pra quem é de bom dia... A bênção meu papai, a bênção, Maculelê é o Rei da Valentia..."
♫ " Certo dia na cabana de um guerreiro, foi atacado por uma tribo pra valer...
Pegou dois paus, saiu de salto mortal. E gritou pula menino, que eu sou maculelê..."
♪ "Senhor seu moço pediu a proteção, saiu pro mato pra caçar com seu fação. Seu moço corre protege os seus irmãos, daquele malfeitor que com arma na mão..." [Esta eu aprendi com meu professor de capoeira]
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Pegou dois paus, saiu de salto mortal. E gritou pula menino, que eu sou maculelê..."
♪ "Senhor seu moço pediu a proteção, saiu pro mato pra caçar com seu fação. Seu moço corre protege os seus irmãos, daquele malfeitor que com arma na mão..." [Esta eu aprendi com meu professor de capoeira]
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Texto , com adaptações, do kit educacional Mestres e Criôs do Brasil, desenvolvido pela Fundação Cultural Palmares e Fundação José Paiva Neto.
Imagem: extraída do sítio da internet http://www.bentoguaruja.com/