A Mulher sempre deve papel
importante no contexto capoeirístico, mas sempre atuou de forma periférica. Na
organização, nas finanças, sempre prisioneiras das tradições como coadjuvantes,
de forma invisível pela história contada. Houve várias mulheres de expressão no
contexto histórico da capoeira, envolvidas em enfrentamento policial, uso de
navalhas, e outras práticas que na época teciam características de Capoeiragem.
Em 1876 um jornal retratou o caso mais antigo de prisão de uma MULHER CAPOEIRA, seu nome
era Jerônima, escrava de Caetano Antônio de Lemos. Outra mulher que marcou este
cenário, por sua determinação e bravura foi Maria Felipa mais conhecida como
Maria Doze Homens, apelido reflexo de uma de suas atuações onde venceu 12 homens com suas destrezas de luta.
Dois exemplos de Mulheres que se revelaram como caso excepcional
para uma sociedade retrógrada em que as atividades femininas estavam voltadas,
principalmente, para o trabalho doméstico. Hoje a situação se modificou e com
ela a sociedade e os valores. Atualmente a mulher vem mudando sua postura
dentro da Capoeira, saindo das margens para dentro da roda, conquistando seu
espaço cantando, jogando, tocando instrumentos enfrentando o machismo que
querendo ou não ainda vige na modernidade em que vivemos. Há grupos liderados
por mulheres, temos várias Mestras, mulheres capoeiristas mostrando-se capaz de
representar nossa arte brasileira da mesma forma que os homens, mesmo sendo
minoria. Estima-se que de 9 milhões de praticantes de capoeira no mundo, apenas 35% são
mulheres. O número ainda é pequeno, mas já é um avanço significante. Muitos
fatores ainda merecem ser modificados, pois a luta ainda não acabou, há escolas
que segregam em seu planejamento pedagógico ensino de capoeira tão somente para
meninos, para meninas apenas balé. Observa-se o latente preconceito
inaceitável, regado falta de conhecimento dos benefícios que a capoeira pode
oferecer para TODOS OS GÊNEROS. A capoeira por si só não distingue gênero,
status social, limitação física, idade e nem cor de pele, na roda de Capoeira
somos todos iguais. Quem faz isso é a própria sociedade. É a sociedade que
determina comportamentos ideais, definindo o papel que “deve” ser exercido por
cada um. Definições como podemos ver desde os tempos antigos, excludentes e
absurdas.
O intuito de agora é reescrever a
história, reafirmar os fatos reais. E continuar a batalha pela busca de
espaços, reinventando as tradições e atuar permanentemente saindo das tradições
machistas. Reconstruir nossa trajetória no meio social e para que isso aconteça,
nós mulheres precisamos a cada dia lapidar nossos conhecimentos e práticas, se
esforçando cada vez mais, saindo da zona de conforto de palma e coro, calejando
as mãos e dedos na instrumentação, os olhos nas leituras, ouvidos atentos aos
ensinamentos dos mestres, sem querer ser melhor, apenas representar com qualidade aquilo que NÓS
SOMOS, CAPOEIRA!
QUEM DISSE QUE EU NÃO SERIA CAPOEIRA?
Vamos nessa? Reforça o batom e FORÇA NA BAQUETA!
Imagem extraída do sítio da internet: http://www.jogodemandinga.com/a-mulher-na-capoeira/
QUEM DISSE QUE EU NÃO SERIA CAPOEIRA?
Vamos nessa? Reforça o batom e FORÇA NA BAQUETA!
Imagem extraída do sítio da internet: http://www.jogodemandinga.com/a-mulher-na-capoeira/